Quando falo de mandalas, não falo apenas de forma.
Falo de ritmo, de repetição e de como a atenção se organiza enquanto o gesto acontece.
Elas nascem de um processo:
camadas que se repetem, pausas, retomadas, pequenas decisões que constroem um campo visual próprio.
Não busco símbolos fixos ou significados prontos, busco presença.
As cores e formas aparecem conforme o trabalho avança.
O foco está menos no que a mandala “representa” e mais no que ela faz:
acalma o olhar, desacelera o tempo, cria uma zona de respiro.
Contemplar uma mandala é acompanhar esse ritmo.
Cada pessoa percebe algo distinto porque o movimento é discreto, mas constante.
É isso que me interessa nas mandalas:
a possibilidade de criar superfícies que sustentam atenção e oferecem um espaço de pausa, sem exigir leitura ou interpretação.